Vacina para Rinite
- ronnysl58
- 18 de jan. de 2021
- 7 min de leitura
Atualizado: 14 de fev. de 2021
O que é a vacina para rinite?
A imunoterapia específica, imunoterapia alérgeno-específica ou somente imunoterapia é conhecida popularmente como vacina para rinite ou para alergia. Ela se baseia na administração gradual e progressiva de alérgenos (substâncias que induzem reação alérgica) com a finalidade de suprimir ou minimizar os sintomas quando o paciente é exposto a tais substâncias, restaurando a imunidade ao normal.
A maioria dos pacientes entendem os sinais, os sintomas e os tratamentos da rinite, mas não sabem da causa dela. A causa da rinite se consiste em um problema da imunidade do corpo. Após essa informação passada ao paciente logo se pensa: "Entendi, então isso quer dizer que tenho imunidade baixa". Errado! É justamente o contrário. É o excesso de imunidade que causa os sintomas (para simplificar o entendimento). A rinite causa uma inflamação da mucosa devido o recrutamento de células de defesa e de moléculas protetoras em abundância, causando uma reação exacerbada, exagerada, a algo que não necessariamente é uma ameaça ao nosso organismo. Nosso sistema imune identifica algo simples e sem perigo como pêlos de animais, pólen, alimentos ou ácaros como ameaçadores. Deste modo, produz anticorpos e células de defesa para entrarem em ação toda vez que houver um reencontro com tais substâncias, deflagrando assim os sintomas.
A vacina para rinite é indicado para quais pacientes?
A vacina para rinite é indicada para pessoas que sofrem com reações alérgicas exageradas, mas que podem ser controladas após medicações de alívio e de manutenção.
Este tipo de tratamento em pessoas com rinite alérgica são bem indicados quando:
Intolerância aos efeitos colaterais do tratamento com medicamentos;
Além da rinite, a pessoa também sofre de asma.
Tratamento medicamentoso e medidas preventivas são insuficientes para controlar os sintomas;
Pacientes que não desejam mais tomar medicamentos a longo prazo;
Tenho sintomas de rinite, mas é alergia a quê?
A rinite pode ser alérgica e não alérgica. Cada caso precisa ser analisado por um médico para obter o melhor resultado clínico de cada paciente.
A rinite alérgica é causada pelo contato dos alérgenos desencadeando sintomas. Os alérgenos estão no nosso cotidiano e podem passar despercebidos na maior parte das vezes.
Para saber se a pessoa é alérgica a alguma substância específica são usados exames diversos como importantes instrumentos para um diagnóstico preciso. A bateria de testes utilizada, geralmente, contém antígenos diversos que podem demonstrar que o paciente é alérgico a substâncias que nunca percebeu. Os teste mais comumente usados são o Prick test (teste de provocação cutânea) ou teste de RAST (radioallergosorbent). Devem ser feitos com profissionais competentes e em lugares de confiança, com bom armazenamento dos antígenos testados.
O Prick test é preciso ter o cuidado de não fazer uso de antialérgico nos últimos sete dias antes do exame, pois poderá haver grande chance de ocorrer algum falso-negativo (exame mostrar que a pessoa não é alérgica ao componente, mas que na verdade ela é alérgica). Tem duração de alguns minutos (aproximadamente 20 minutos) e não é possível coçar a região do teste antes da leitura do resultado. O exame é realizado com uso de lanceta (pequeno dispositivo com ponta metálica usada em testes de glicosimetria) ou Duotip-test II₢ ou Multi-test₢. Este último é ótimo para crianças, pois parece um carimbo e não assusta; além de aplicar oito testes ao mesmo tempo de uma só vez.
Ter ou não ter bichos de estimação? Eles pioram minha rinite? Como a vacina para rinite pode me ajudar?
Essa é uma das dúvidas mais comuns das pessoas que sofrem com rinite alérgica e são amantes de pets. Se é seu caso, saiba que você pode sim ter bichinhos em casa sim! Sou super defensor de termos pets em casa, mas para isso devemos nos comprometer tanto com a saúde deles quanto a nossa!
Assim sendo, é importantíssimo tomar alguns cuidados para prevenir o aparecimento dos sintomas:
1- Limpe bem e regularmente a caminha, casinha, tapetes, carpetes e pelúcias e brinquedos do seu amiguinho peludo;
2- Mantenha os pêlos limpos, evitando produtos com cheiros fortes, assim não abrigam ácaros e outros irritantes nasais;
3- Quando possível, opte por animais com os pêlos mais curtos;
4- Evite beijar ou aproximar o nariz dos pêlos deles;
5- Os animais devem ficar longe do seu quarto e da sua cama.
Claro que há casos que mesmo com os cuidados acima feitos a risca os sintomas são muito persistentes. Aí vem a tão famosa vacina para rinite, que também oferece resultados ótimos, sendo possível até certo relaxamento desses cuidados.
Como funciona a "vacina" para rinite?
A "vacina" está entre aspas porque não é como as vacinas que tomamos para evitar infecções. A imunoterapia funciona com pequenas doses do componente alérgico que vão aumentando gradualmente conforme as avaliações em consulta, até a dose de manutenção, a qual se mantém até o final do tratamento. Assim, o sistema imunológico se "acostuma" com a substância e deixa de reagir de forma tão seria, evitando o aparecimento dos sintomas.
É preciso fazer um teste para identificar os fatores que desencadeiam as crises (ácaros, pólen, pêlos de animais, fungos, por exemplo). O tratamento pode durar de 2 a 5 anos, mas é muito variável de pessoa a pessoa.
A vacina para rinite realmente funciona?
É a única terapia capaz de alterar a história natural da doença alérgica, ou seja, tratar a real causa da alergia, segundo várias entidades e literaturas de referência como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Tratado de otorrinolaringologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Academias Americana e Européia de Asma, Alergia e Imunologia Clínica. Vale a pena enfatizar que o sucesso do tratamento depende da indicação correta, da qualidade e da dose das medicações.
A vacina para rinite é segura? Existem efeitos colaterais?
As vacinas para rinite geralmente são bem toleradas e não produzem efeitos colaterais graves.
Quando ocorre alguma intercorrência durante o tratamento, se dá principalmente 30 minutos após a administração da vacina.
Os efeitos colaterais podem ser eritema (vermelhidão na pele), inchaço e coceira no local de aplicação da injeção, espirros, tosse, eritema difuso, urticária, inchaço de lábio ou dificuldade para respirar (mais raro) que na maioria das vezes respondem bem ao uso de anti-histamínicos e/ou de corticoides. Na literatura (estudos, pesquisas, tratados e livros do tema), as reações graves como crise grave de asma, reações anafiláticas ou morte são raríssimos.
Existem contra-indicações a vacina para rinite?
Contraindicações relativas:
Asma corticoide-dependente,
Gestação (não iniciar tratamento, mas se já estiver tratando quando iniciar a gravidez não é necessário interromper)
dermatite atópica grave,
paciente idoso
crianças abaixo de dois anos.
Contraindicações absolutas
Doenças malignas
doenças auto-imunes
distúrbios psíquicos graves
uso de betabloqueadores adrenérgicos
doença coronariana
doença alérgica não mediada por IgE
condições de risco para o uso de epinefrina.
Quanto tempo dura os efeitos da vacina para rinite?
A vacina tem duração dependendo do tempo de tratamento que o paciente foi exposto. Isso quer dizer, quanto mais tempo de imunoterapia o paciente se submete, maior é o tempo de efeito da vacina. Cada paciente tem um tempo diferente do outro, mas, de modo geral, os efeitos benéficos da vacina podem durar de 5 a 10 anos ou mais se o paciente fizer o tratamento completo.
Quando acabar o efeito da vacina eu posso refazer o tratamento?
Não há contraindicações para isso, do mesmo modo que algumas vacina devem ser reaplicadas essa pode-se fazer um paralelo e pensar de mesmo modo. Mas para isso o paciente deve se submeter a consultas e novos exames para se certificar da indicação correta e da forma que essa vacina será feita.
Meu filho tem muito medo de agulhas, o que fazer?
O teste foi explicado acima, sendo melhor para esse caso Duotip-test II₢ ou Multi-test₢. Lembrando que este último é ótimo para seu filho, pois parecendo um carimbo e não o assusta; além de aplicar oito testes ao mesmo tempo de uma só vez. Não dói, somente sente uma leve pressão dos "dentinhos" durante o procedimento.
O tratamento de imunoterapia para rinite possui dois modos de administração: subcutânea e a sublingual.
A subcutânea é aplicada em consultório, no dorso da mão, uma vez por semana por 2 meses, depois a cada quinze dias, seguindo por uma vez ao mês. Isso depende do que está tratando e de cada caso, mas de modo geral é assim.
A sublingual é administrado em casa pelo próprio paciente. Mas a frequência é variável entre alguns dias da semana ou todos os dias, a depender do que está tratando e da dose.
Para quem não gosta de agulhas, a opção sublingual é tão eficaz quanto a subcutânea. Porém demanda maior comprometimento do paciente em aderir o tratamento em que se refere a não esquecer ou deixar de tomar as medicações nas quantidades e horários corretos.
A vacina é personalizada ou padronizada?
O tratamento proposto é personalizado e foca nos principais alérgenos que desencadeia os sintomas de cada indivíduo especificamente.
Quanto custa a vacina para rinite?
O tratamento com vacina para rinite demanda tempo e adesão do paciente. O tempo varia de 2 a 3 anos em média e isso demanda uma programação financeira do paciente para que se administre a vacina periodicamente. Deste modo, cada caso é diferente do outro, implicando também em custos diferentes. Tais custos precisam ser avaliados conforme a clínica, evolução e pacotes que cada serviço oferece. Uma breve pesquisa que fiz aqui na minha região do Vale do Paraíba, esse tratamento não tem cobertura das medicações pelo plano, tendo um custo mensal ao paciente de 150 a 400 reais ao mês.
Já é conhecido na literatura médica que a soma dos custos de consultas, internações, medicamentos e de prejuízos no trabalho e escola é financeiramente superior aos gastos com a imunoterapia, se comparada ao seu tempo de ação.
Quando começar?
Ideal que seja após os 5 anos de idade, para que ocorra melhor maturidade imunológica e que entenda o tratamento, fazendo os cuidados e os procedimentos corretos.
Não existe idade máxima.
Durante a gestação não é recomendado iniciar tratamento, mas se já estiver tratando quando não é necessário interromper.
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